quarta-feira, 8 de junho de 2016

Sobre A Minha Irritante Intensidade




Meu bem, tu podes me pedir muita coisa, mas não me pede para ir com calma. Pode até pedir para correr 100 léguas sem parar, mas não me pede para gostar menos. Tu podes até me fazer ouvir teorias cosmológicas ou algo meio entendiante, mas não me pede para ser menos intensa. Não me pede pra beijar menos, pra abraçar menos ou para esquecer essa coisa chamada Amor.
Podes até dizer que a vida se bebe gole a gole, mas eu sempre vou querer tomá-la em doses ardentes que me façam sentir o queimor e o prazer que me são necessários para sentir-me viva. Podes me explicar teorias e citar Cartola para me falar que "Ainda cedo, amor", mas nada disso vai funcionar. Sabe o que é? É que eu mesma já quebrei minha cabeça tentando ser menos agoniada, mas foi em vão. Eu já cansei de dizer para mim que não devo ter essa sede inesgotável de Amor, mas já desisti de me convencer de ser morna, ao invés de borbulhar, como de costume. Desisti de dizer para mim que esses paranauês de astrologia não influenciam nos relacionamentos. Não quebro mais a minha cabeça invejando a felicidade de quem consegue ser autossuficiente, de quem não necessita de amor e troca para viver. Eu preciso, sabe? Eu preciso de carinho, preciso de abraço, preciso de companheirismo. Eu preciso ter um olhar para confiar, alguém especial para dar e receber um "Bom dia!" ao acordar. Sim, eu sei que preciso aprender muita coisa, e sei que já deveria ter aprendido depois de tantos tombos que tomei, depois de tantas  relações fadadas ao fracasso que vive. Mas eu sempre me renovo no Amor. Eu preciso dele. Eu acredito que as pessoas são diferentes e que dessa vez vai ser diferente. Eu sempre acredito num dia após o outro. Acredito em chances que a vida nos dá e acredito mais ainda que tudo nessa vida é um meio de amadurecer e de buscar ser melhor para a gente, para outro, para o mundo. Desculpa, eu poderia te ouvir e até aprender a querer pouco, mas eu só entendo de transbordar. Navego, não nego. O Amor me renova. Eu sempre me renovo no e pelo Amor. Não me pede pra só colocar um pé. No Amor ou no mar, meu negócio é mergulhar.

O Amor Está em Extinção


Tanta gente rasa
Toca, mas não sente o outro
Vê, mas não contempla
Vive, mas apenas espera o que há de vir, como se fosse magia a razão dos fatos
Tanta gente negligente com o afeto
Quer, mas só pela metade
Deseja com o corpo, mas não com o coração
Tanta gente mesquinha, não quer solidão, mas também não quer a responsabilidade de amar e se doar
Tanta gente que só existe
Que se acostumou a não sentir
Que se adaptou aos pesos leves das relações indefinidas
Tanto medo... tanta falta de querer amar...

segunda-feira, 6 de junho de 2016

O Paradoxo Que Sou

O paradoxo que sou se divide entre o choro e a alegria. O paradoxo que sou é metade cama e metade rua. Metade aconchego e metade folia. "Uma parte de mim pesa, pondera, outra, delira." Uma parte de mim quer ganhar o mundo, a outra fala mais forte e quer ganhar um coração que me acolha. Uma parte de mim é constante, outra, intinerante. Parte de mim brinca de viver, outra leva a sério os pequenos detalhes. Uma vertente quer abraço, e a outra quer olhar. "Uma parte de mim é multidão, outra, estranheza, solidão." De um lado o fogo, do outro afago. De um lado desejo, do outro puro afeto.
Uma parte de mim é uma mulher madura, que cuida de suas responsabilidades como se o mundo fosse acabar hoje. Outra parte (a mais forte), é aquela criança que sonha mais do que dorme, que ama mais do que pode. A mulher em mim é intensa, a criança em mim é mais intensa ainda. Ambas cirandam com as dúvidas, brincam com nuvens como se elas fossem de algodão. Uma parte de mim diz para eu partir, outra, me ensina a importância do pouso.
De um lado a prática para os afazeres do dia a dia. Do outro lado o verbo, a Poesia.
Metade de mim é abrigo. Metade ficou pelos caminhos que trilhei.
Metade de mim  é jujuba, chocolate, torta, café, cafuné.
O todo que sou é um paradoxo, um paralelo.
Metade de mim é voo, outra pés no chão. Metades que são alma, corpo, coração.
Metade de mim é luz, outra, involução.
Uma parte razão, outra, emoção.
O Paradoxo Que Sou quer amor, quer o bem.
"Metade de mim é amor e a outra metade também."

domingo, 5 de junho de 2016

Logo agora?






Mas, meu bem, logo agora? 
É isso mesmo que está acontecendo?

Logo agora? Logo quando tudo o que eu pensava era em esquecer o que é amor, logo no auge da solidão que eu sentia, na efervescência de ser só, na dor que eu senti só, no abraço que eu não tive, nas mãos que não me apanharam...

Pergunto a vida: 

Logo agora? 

E ela sorri lindamente para mim.

Puxa, vida, quem sou para contestar a sabedoria do que transcende meu entendimento?!

E eu sinto que a vida me deu de presente o que eu precisava bem agora...

Me deu abraço pro frio, amor, beijos e esses olhinhos miúdos, que são os mais lindos que já cruzaram com os meus nesta vida. 

Logo agora tu apareceu. 

Agora sou mais eu, sou mais nós, sou mais você. 

Sou mais feliz, pois bem agora eu pude ver, que bem antes de agora já era de tempo você aparecer.

Agora, amanhã, depois e logo depois do depois, quero olhar bem no fundo desses olhinhos que a vida me deu de presente e sentir que são por eles que quero ser fitada todos os dias da minha vida.