Dessa vez eu não queria
escrever coisas bonitas. Não queria mesmo. Não sei o que vai sair dessa linha em
diante, pois deixei a cargo da alma e do coração o que será dito. Queria te
dizer do que me chateia. Dizer que não tenho paciência para quem não sabe o que
quer. Dizer que odeio como teu sorriso me desmonta. Dizer que me irrito comigo
mesma quando eu quero te chamar pelo teu nome, mas só consigo te chamar de Amor.
Odeio quando vacila e acha que eu vou esquecer e nem toca no assunto. Tu sabe
que não esqueço. Dizer que detesto ficar longe, mas detesto mais ainda ter que
admitir que minha alegria depende um pouco de ti. Dizer que não quero viver um
relacionamento desconfortável, indefinido. Eu não quero ser menos do que sou. Dizer
que agradeço as boas energias que fizeram a gente se encontrar, pois ao teu
lado eu consigo ser o que realmente sou e contigo não preciso ser menos do que
as coisas mais verdadeiras que jazem em mim. Queria dizer que fiz uma poesia
para nós e quero dizer que não quero nunquinha que cê saia da minha vida.
Bate um medo, sabe? De a
gente sumir da vida do outro e nos tornarmos apenas lembranças e depois nem
lembrarmos mais desse nosso jeitinho de amar, de fazer carinho, de cuidar. Medo
de ninguém mais me aceitar como eu sou. De ninguém mais aceitar meu jeito como
tu aceita, de ninguém realmente achar graça em meu jeito bobo como tu acha. Eu só
não gosto nisso tudo é do medo que tenho de tudo isso não passar de coisa da
minha cabeça e de tu nunca ter gostado de mim do tanto que penso que gosta. Bate
um medo que já é um velho companheiro meu. Medo de a gente ser medroso demais a
ponto de não se permitir todas as delícias desse amor bonito.
Eu já briguei, já
chorei, já ri muito e já te beijei compulsivamente. Já te fiz raiva, já te fiz
carinho e cafuné e já te dei amor. Eu já quis dizer “Eu te amo” muitas vezes,
mas me contive por ter medo de te assustar, medo de estar sendo precipitada
demais e, principalmente, medo de como irá reagir. Já quis dizer para não ir,
já quis não te querer tanto. Já quis me convencer de que não gostavas tanto de
mim e que eu não gostava muito de ti. Já tentei ficar longe, mas “cada vez que eu
fujo eu me aproximo mais”. Eu já tentei não acreditar na gente e te julgar como
eu julgaria qualquer outro homem, mas eu só consigo te ver como um homem especial
demais, um ser humano com uma alma boa demais para ser julgado com méritos
quaisquer.
Eu gosto de nós. Gosto de
nossa química, mas tenho um medo enorme de tu me enganar. De tu estar por aí
com outras. Tenho medo de acreditar que tu não é qualquer um e me decepcionar. Desculpa!
Eu te disse que meus medos são muito imaturos, que eles podiam te irritar, mas
eu tenho esses medos sim. Mas mesmo assim eu continuo acreditando em tu, mesmo
depois daquela situação desconfortável do último fim de semana. Mesmo depois
das coisas que não foram boas. Eu te falei do meu grande defeito: eu sou muito
desconfiada. E aí quando tu dá uma mancada eu já fico pensando mil coisas. E
não pense que me esqueço de nenhuma delas. Não esqueço nem das boas, nem das
ruins.
Apesar de tudo, eu
acredito em nós. Eu gosto de ter ao meu lado alguém que me aceita, que me
melhora. Eu sei que relação não sobrevive com perfeição, pois somos humanos demais
para não errarmos. Tá vendo como sou estabanada? Não sou nada fofa como tu
sempre costuma me chamar, pois agora mesmo falei um monte de coisas que são
verdadeiras demais. Mas, eu não poderia dizer o que não sinto. Eu sou isso:
verdadeira demais com o que sinto. Eu acredito que podemos dar certo e oro
todos os dias para que isso aconteça. Então, que o Tempo Rei seja nosso melhor
amigo. E que nós sejamos sempre abrigo-amor-amigo um do outro. Ah, eu tenho
medo de ter medo demais. E já que eu tomei coragem para falar isso tudo,
tomarei coragem pra dizer que Te Amo! E depois de ter dito isso eu fico aqui
pensando em como reagiria se eu falasse isso pra ti. Aí que medo, amor.